Com o avanço do número de casos de dengue, febre chicungunya, zika e outros problemas associados a essas doenças – como os casos de microcefalia no nordeste –, estados e municípios recorrem a todos os tipos de soluções. Prêmios em dinheiro para quem ajudar no combate, uso de drones e aplicativos e até o Exército estão presentes nessa luta. Mas a solução pode estar nos laboratórios.
A empresa britânica Oxitec criou uma linhagem de mosquitos transgênicos machos. Quando são liberados e encontram as fêmeas da espécie aedes aegypti, o cruzamento resulta em filhotes que morrem antes de chegar à fase adulta. Isso ajuda a reduzir a população de fêmeas e, como só elas picam, diminui também a transmissão das doenças.
A prefeitura de Piracicaba, no interior de São Paulo, realiza um teste com os mosquitos transgênicos desde 2014. No bairro utilizado para o experimento, de um ano para o outro, os casos de infecção caíram de 133 para apenas um. A quantidade de larvas encontradas caiu 82% em comparação ao bairro vizinho, que não recebeu o teste. Na cidade de Juazeiro, na Bahia, esse número já chegou a 95%. Para manter os resultados, porém, a liberação dos mosquitos tem que ser contínua.
A ação ainda não tem licença do governo federal e autorização da Anvisa para aplicação generalizada, por isso é realizada apenas em caráter experimental em áreas restritas. Após tantas tentativas, a genética avançada pode ser a solução no controle de doenças como a dengue.